quinta-feira, 29 de janeiro de 2015

PRODUÇÃO DE TEXTO

Paixão:s.f. Sentimento intenso que possui a capacidade de alterar o comportamento, o pensamento etc; amor, ódio ou desejo demonstrado de maneira extrema. Atração intensa por algo ou alguém: tem paixão pelo namorado. Excesso de entusiasmo; emoção: afirmava sua teoria com paixão. Adoração por alguma coisa em específico: paixão por cinema. Algo ou alguém que causa paixão: a filha é a paixão dos pais. Opinião fervorosa acerca de alguma coisa; fanatismo. Religião. Os tormentos sofridos por Jesus Cristo; o martírio de Cristo. (latim: passio.onis)   Fonte: http://www.dicio.com.br/paixao - Adaptado
Caro aluno, os dois textos a seguir servirão de base e inspiração para a produção de um texto predominantemente argumentativo em defesa de uma tese sobre a sua maior paixão.

Minha paixão pela leitura
Mariana Cruz
Minha paixão pelos livros e pela leitura começou lá atrás. Na verdade eu nem sabia ler, quando ganhei dos meus pais meu primeiro livro: “Quem cochicha o rabo espicha”. É claro que eu não sabia ler, deveria ter uns 3 anos. Mas eu amava aquele livro. Tenho uma lembrança tão nítida de como pra mim era interessante o fato de as páginas se combinarem de maneiras diferentes, e a cada combinação diferente eu poder fazer um bicho diferente. Pra mim, os livros começaram a ser interessantes desde então.
Me lembro de meu 1º livro com textos, quando eu estava me alfabetizando: “Paquito e Pepita”. E eu fiquei maravilhada com a história, e com o fato de poder ir lendo sozinha e descobrindo o mundo daqueles papagaios.
Me lembro de um livro bem especial que a professora passou na 4ª série para aquelas crianças na fase da pré-adolescência. Foi meu primeiro livro sem gravuras e pela primeira vez eu chorei ao ler alguma história: Fernando Sabino – “A vitória da infância”. (...) Desde então eu descobri que livros podiam me fazer companhia, podiam me entreter, podiam me consolar e podiam me ensinar muito! Eu aprendi sobre política, sobre o amor e o ódio, sobre o perdoar e não perdoar. Aprendi a gramática portuguesa! Comecei a ser a ser a melhor na minha turma em redação.
(...)
Por toda a minha adolescência escrevia poemas com minhas inspirações amorosas e platônicas, e fiz um caderno, que hoje, analisando friamente, aqueles poemas eram tão ruins! haha… Mas eu me divertia! Também era a poetisa oficial das minhas amigas, que quando queriam impressionar seus namorados, “encomendavam” um poema comigo.
Aos 15 anos comecei a blogar, porque queria escrever sobre as coisas que eu sentia, que eu passava, que eu pensava. Meus blogs muitas vezes eram anônimos. Eu só queria usar o blog como um escape. A escrita sempre foi uma forma eficaz de me expressar.(...)
A paixão pela leitura e pela escrita em mim é tão forte, que isso se tornou pré-requisito para a escolha de quem eu namoraria. Eu não queria ao meu lado alguém que falasse e escrevesse errado, que não tivesse lido muitos livros pra conversar comigo sobre eles. (...)
Hoje em dia, sou devoradora de livros. Leio, mergulho, vivo cada livro. Levo dentro da bolsa pra ler no ônibus. Quando a história está muito boa, desço do ônibus e vou andando e lendo ao mesmo tempo (já fiz isso tantas vezes!). Se o personagem está deprimido, eu fico junto. Se ele está apaixonado, eu também estou. Se eu estou lendo um livro forte, nem tente brigar comigo! Meus nervos são um reflexo do que estou lendo. E eu me inspiro a cada história e tenho vontade de escrever e escrever, a cada vez que eu fecho o livro pela última vez, com os olhos cheios de lágrimas e meu coração palpitando.



Minha paixão pelo judô
Thiago Camilo
Ser campeão é muito bom e mais ainda bicampeão numa competição tão importante como os Jogos Pan-Americanos... mas aprendi que nem sempre precisamos ser o campeões para sermos vencedores. Fui para os Jogos Olímpicos para ser campeão e foi difícil lutar pelo bronze poucos minutos depois de uma derrota. São conquistas e momentos diferentes da minha carreira.
Minha paixão pelo Judô nasceu depois da minha primeira experiência competitiva, quando eu tinha sete anos. Foi uma competição interna da academia. Antes disso, tudo era brincadeira. Foi em 1997, quando me mudei de Bastos para São Paulo para integrar o Projeto Futuro no Ibirapuera, que o esporte deixou de ser somente diversão e passou a ser encarado por mim como profissão, algo muito mais sério. Foi uma decisão difícil trocar uma cidade do interior por São Paulo, mas era isso que eu queria: viver pelos meus sonhos. Foi uma grande decisão, talvez a mais difícil da minha vida. Deixamos para trás toda nossa história, saudades, nosso irmão caçula... mas era isso o que queríamos: crescer e ir em frente. A maior dificuldade foi me afastar da minha cidade, família e amigos que foram deixados para trás, mas meu sonho e objetivo sempre foram maiores do que as minhas dificuldades.
Apesar de todo sonho, tanto empenho e muito trabalho, na realidade, não tinha muita noção de quanto uma medalha olímpica era importante. Depois da conquista, muitas oportunidades e portas se abriram. Sem dúvida, na carreira de um atleta, é muito importante ter resultados como esses, que vêm através de muito esforço. Fico muito feliz por ser o medalhista mais jovem, é uma honra e isso me ensinou muito e me deu muito mais força para lutar. Mas, no geral, foi uma surpresa até para mim. Eu tinha 18 anos em Sydney e sabia que podia fazer uma boa competição, mas ser medalhista realmente foi surpreendente. Fico muito feliz porque ficará para sempre na história do esporte.
O esporte foi fundamental para todas as etapas do meu crescimento e acredito ser assim para qualquer criança que seja apresentada ao esporte desde cedo, aprendendo seus valores. O esporte moldou meu caráter e minha personalidade. O judô me ensinou que temos de batalhar pelos sonhos e pelos objetivos, não desistir e persistir sempre. Nada é de graça, temos de ter muita determinação, disciplina e responsabilidade para as coisas acontecerem.